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Na Casa do Pai, você sempre terá valor!

É muito importante que nós entendamos que mensagem Jesus está querendo trazer quando conta esta famosa parábola do filho pródigo. E o contexto no qual ele conta essa parábola vai nos ajudar muito…Ele já havia contado duas parábolas antes: a parábola da ovelha perdida e a parábola da moeda (da dracma perdida). Por que no capítulo 15 do Evangelho de Lucas nós temos a história de todos aqueles que se perdem em algum momento de suas vidas.

Vemos que aquele que perdeu a ovelha conseguiu recuperá-la, e a mulher que perdeu a sua moeda, varrendo toda a casa com diligência, também conseguiu encontrá-la! E São Lucas diz que ambos se alegraram! Mas é muito interessante notar que a ovelha ficou perdida por um tempo, mas ela sabia que estava perdido, porque a ovelha tem um senso de pertença a um rebanho e um vínculo muito forte com o seu pastor a ponto de, como diz Jesus, reconhecer a voz do seu pastor. Quando a ovelha fica sozinha, ela se desespera, porque uma vez que foi feita para viver em grupo, ela simplesmente não suporta a solidão!

Mas em se tratando da moeda perdida, uma moeda não tem sentimento, nem inteligência, uma moeda não é um ser vivo, portanto, uma moeda perdida não sabe que está perdida!

Logo, aqui nós temos uma importante lição de Jesus: há pessoas que sabem que estão perdidas e há pessoas que estão perdidas, mas não sabem! Estas duas histórias contadas por Jesus, são como que um preparo, um pano de fundo para esta parábola que ele vai contar hoje! Que é, sem dúvida, a mais bonita do Evangelho! Por isso que o texto de hoje começa dizendo: “… e Jesus continuou” … E então, ele propõe dois filhos: um mais novo e outro mais velho.

Trata-se de dois filhos extremamente diferentes; eles moram na mesma casa, eles têm o mesmo pai, mas são totalmente diferentes! O filho mais novo descobriu que estava perdido; o mais velho, nunca saiu de casa, mas não conhecia o Pai que tinha. “Ele diz: “faz tantos anos que eu sirvo ao Senhor e tu nunca me deste um cabrito!” Tudo era dele, mas ele não se sentia dono de nada! Era duro, insensível e não se sentia amado! Ele também estava perdido, mas não sabia! São aquelas pessoas que servem a Deus na Igreja, mas também estão perdidas, porque não fizeram uma experiencia profunda do amor do Pai! Pode ser agente de pastoral, padre e até bispo!

Pensemos... Imaginemos se o filho mais novo volta e o pai não está, tinha saído para ir ao mercado, e quem estava era filho mais velho, trabalhando na fazenda, e vê o irmão fujão voltando, pergunto: será que o filho mais novo conseguiria entrar? Certamente que não! Que triste é quando os filhos mais velhos, os “donos de Igreja” não deixam os filhos mais novos se achegarem!

Conforme vimos, o mais novo pede a parte da herança que lhe cabe. É muito interessante, porém, que é justamente por causa desse pedido do filho mais novo, que o mais velho também recebe a parte da herança que lhe cabe, pois o texto diz claramente que o pai dividiu os bens entre os dois. O filho mais velho, portanto, acaba se beneficiando por tabela do pedido do filho mais novo. (V.12). O mais velho, portanto, muito provavelmente também queria, mas não teve a coragem do mais novo!

Faço uma pergunta provocante: quantas vezes o filho mais novo (o irresponsável) diz a palavra “pai”? E quantas vezes o filho mais velho, que posa de “bonitinho” e “perfeitinho” da história, mas no fundo não passa de um hipócrita, diz a palavra “pai”? Ele não tinha uma relação de “filho” e “pai”; era uma relação de patrão e empregado, e claro, não porque o pai queria! Corremos este risco também! Ele procura amigos, mais que servos!

Outra pergunta: se o pai não sabia por onde o filho andava, e o filho mais novo acabou de chegar, como o mais velho sabe que o irmão havia gastado os bens com prostitutas? Frequentava ele o mesmo lugar? No fundo, nós acusamos os outros daquilo que nós mesmos fazemos? São perguntas que ficam no ar…

É muito interessante também que enquanto o filho mais novo está na casa do pai, ele não precisa de nada e não pede nada. Mas ele sabe, intuitivamente, que o lugar para onde ele vai (que é fora da casa do seu pai) para ser valorizado, para se sentir amado lá fora, ele precisa de bens materiais. Porque ele sabe que lá fora, diferentemente do que acontecia na sua casa, as pessoas são valorizadas não por aquilo que elas são, mas por aquilo que elas têm! E o pai o ama não por aquilo que ele tem, mas por aquilo que ele é! Porque o amor verdadeiro nunca passa pela perspectiva do mérito, mas no significado! Você não ama de verdade uma pessoa porque ela merece, mas pelo que ela significa para você!

Ele sabe que lá fora vão avaliá-lo pelo seu cabelo, pelo seu porte físico, pela qualidade da túnica que ele vestia, pelos restaurantes que ele frequentava… porque no mundo a gente não vale pelo que a gente é, a gente vale pelo que a gente tem! E no fundo a gente quase nunca compra um produto, a gente compra a marca, e o “respeito” e “prestígio” que a gente acha que aquela marca vai nos dar! As grandes empresas não vendem um produto, vendem uma marca, uma ideia! Essa é a grande estratégia do marketing! Todas as vezes que para você se sentir especial, você tem que ter alguma coisa, então, na verdade, você não é especial, especial é aquilo que você tem!

Ele vai para bem distante da casa do pai, porque no fundo quer saber o valor que tem! Quer saber se lá fora ele é valorizado do mesmo jeito que é na casa do seu pai.

Mas lá fora, depois que seus recursos se esgotaram, o porco ficou sendo mais importante do que ele. E olha que para um judeu, que nem carne de porco come, esta era uma situação impensável! Judeu tem pavor de porco! Interessante também é que dentre todos os animais, o animal que é incapaz de olhar para cima é o porco, porque o porco não tem pescoço, ele só olha para baixo, para lama! Aquele jovem parou de olhar para cima! Na semana passada Deus nos dizia através da história de Abraão: “olha para o céu e conta as estrelas se for capaz”. Óscar Wild dizia: “estamos na lama, mas alguns preferiram olhar para as estrelas!” Foi o que ele decidiu fazer! Ele disse para si mesmo: olha a situação na qual cheguei! Eu estou na lama, mas eu não preciso chafurdar nela, eu me recuso a ficar nela, eu vou ter a ousadia de olhar para as estrelas, vou voltar à casa de meu pai! Sei que o que eu fiz é muito grave, mas vou arriscar mesmo assim… na casa de meu pai não falta nada, aqui me falta tudo!

Esse filho volta falido, maltrapilho e fedendo… o pai ou avista de longe, e percebendo os passos trôpegos do jovem, corre ao seu encontro, esquecendo-se, inclusive, da idade que tinha! Cobre-o de beijos! E sem nada dizer está dizendo tudo: “não interessa o que você fez, você é meu filho, e sempre será!”

É interessante também o discurso que o filho planeja fazer para o pai: “Pai, pequei contra trouxer e contra ti, já não sou digno de ser chamado teu filho, trata-me como um dos teus escravos”. E é disso que o demônio convence uma pessoa que caiu no pecado. É ele quem diz essa frase: “você não é mais digno de ser chamado de filho, você não passa de um escravo!” Mas esta é uma mentira de satanás! Não deixe o inimigo te acusar daquilo que Deus já te perdoou! Não importa o que você fez! Você sempre será filho!

E o pai, todo feliz disse: “trazei depressa melhor túnica”: no original está escrito a primeira túnica, que se refere ao primeiro amor, o pai está querendo dizer que nada mudou, o amor é o mesmo, nossa relação não será diferente a partir de agora. O pai também diz “ponde um anel em seu dedo”. O anel tinha o brasão da família, era com ele que se selava as cartas e se fazia, inclusive, transações comerciais! Ele tem direito de administrar os bens do pai. O pai também diz: “bota sandália nos pés dele”, porque naquela época, quem andava descalço eram os escravos! E ele não era escravo, mas filho!

ILUSTRAÇÃO: Um pai antes de morrer, sabendo que seu filho sofria de baixa autoestima, e querendo lhe deixar um importante ensinamento, disse ao filho: "Este é um relógio que seu avô me deu e tem mais de 100 anos que está em nossa família, passando por gerações.... mas antes que eu o entregue, peço que você vá à loja de penhora e diga que você quer vendê-lo e saber o quanto vale ". Ele saiu, depois voltou e disse: "O dono da loja paga R$ 15,00 porque é velho". Ele disse: "Vá para a cafeteria". Ele saiu e depois voltou e disse: "lá foi pior, pai. Lá eles pagam R$10 O pai então lhe disse: "Agora vá ao ESPECIALISTA e mostre esse relógio."

- Ele saiu ...voltou e disse ao pai: "Me ofereceram 100 MIL dólares por esta peça". O pai disse: "Pois é... Eu queria que você soubesse que o lugar certo, Deus e a pessoa certa em sua vida conhecerão o seu VALOR! Não queira ser avaliado no lugar errado e nunca aceite que te rebaixem quando não te valorizar! Você é joia rara, mas não será valorizado como merece porque está acostumado somente a bijuterias!” 


Padre Wagner Ruivo

Arquidiocese de Sorocaba

30 de março de 2025

 
 
 

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